WhatsApp ENTRA NO NOSSO CANAL DO WHATSAPP Resumo da live de Venâncio Mondlane, VM7 Análises- 10/06/25

Resumo da live de Venâncio Mondlane, VM7 Análises- 10/06/25

 Resumo da live de Venâncio Mondlane, VM7 Análises- 10/06/25






Tema: 50 anos de decadência da aviação civil moçambicana: o caso do aluguel presidencial de um jato de luxo


Na live de Ontem, Venâncio Mondlane abordou um tema que se tornou viral: a polêmica viagem de luxo realizada pelo Presidente Daniel Chapo ao Malawi, utilizando um jato Bombardier Global Express alugado à empresa TAG Aviation Ltd., com um custo de aproximadamente 11 mil dólares por hora (cerca de 700 mil meticais). A sociedade moçambicana ficou em choque ao ver as imagens divulgadas pela imprensa nacional e redes sociais, que mostravam o presidente a desembarcar em Blantyre a bordo de uma aeronave luxuosa, em uma missão meramente simbólica de homenagem a Kamuzu Banda. Isso, num contexto de crise social, onde CRIANÇAS estudam DEBAIXO das ÁRVORES, HOSPITAIS não têm MEDICAMENTOS , professores estão mal pagos e a FOME AFETA milhares de cidadãos.


Venâncio classifica este episódio como reflexo de uma filosofia de gestão do partido no poder, onde o bem público é tratado como uma loja privada. Segundo ele, esta cultura de abuso dos recursos do Estado não começou com Chapo, mas é herança direta da gestão política dos últimos 50 anos, desde a independência.


Breve HISTÓRIA da aviação civil moçambicana


A aviação civil em Moçambique começou ainda no tempo colonial, com a DETA - Divisão da Exploração do Transporte Aéreo, criada em 1936. A companhia operou até 1975, com um serviço regular e eficiente, conectando o país com voos regulares principalmente para Massinga e Alto Molocué e realizando voos internacionais. A DETA já era reconhecida como uma das maiores linhas aéreas do continente, com uma estrutura sólida e pilotos altamente qualificados, muitos dos quais foram mais tarde contratados por companhias como Singapore Airlines e Emirates.


Após a independência, a DETA foi convertida em LAM - Linhas Aéreas de Moçambique. A primeira grande aquisição foi o DC-10, por leasing, através de um banco consórcio francês. Esse avião, embora operado por Moçambique, NUNCA teve MATRÍCULA MOÇAMBICANA. A seguir, a LAM adquiriu dois Boeings 767, o primeiro por leasing e o segundo por compra direta. No entanto, só foi possível pagar 25% do valor do segundo, mesmo após a venda da antiga aeronave por 27 milhões de dólares.


Em 1986, com Armando Guebuza como Ministro dos Transportes, inicia-se um ciclo de interferência político-partidária direta na gestão da LAM. As DESPESAS AUMENTAM de forma DESCONTROLADA, com a empresa a pagar por acomodação, roupas e até viagens de familiares de políticos. A LAM entra em decadência técnica e os pilotos experientes começam a abandonar a companhia em busca de melhores condições noutras companhias. Em 1995, por incapacidade de pagamento das dívidas, os dois Boeings 767 foram DEVOLVIDOS.


A companhia foi então convertida em sociedade anônima, com 91% das ações do Estado. Contudo, o Conselho de Administração passou a ser composto por indivíduos POLITICAMENTE NOMEADOS, sem conhecimento técnico sobre aviação, o que agravou a DECADÊNCIA M.


Casos de CORRUPÇÃO e SUBORNO


Um dos casos mais marcantes foi o escândalo de suborno envolvendo a Embraer, que teria pago 800 mil dólares em luvas a dirigentes da LAM. Este caso ficou conhecido como o caso Xihivhele. Mesmo com a companhia à beira da falência, a LAM continuou a ser usada como apoio logístico para campanhas políticas, congressos e reuniões do partido FRELIMO, sendo tratada como “vaca leiteira” do regime.


Venâncio CRÍTICA ainda o papel da INGEPE, instituição pública responsável por gerir empresas estatais, que considera ser INVIÁVEL e INEFICIENTE, pois gere empresas falidas como a própria LAM, com enorme influência política nas nomeações. Houve momentos em que a LAM teve quatro Presidentes do Conselho de Administração (PCAs), nenhum com conhecimento da indústria.


Investimentos desastrosos e DÍVIDAS OCULTAS


Foram feitos investimentos milionários SEM RETORNO, como o Aeroporto de Nacala, que custou 130 milhões de dólares e nunca operou em pleno. O projeto está ligado ao escândalo do BNDES e da operação Lava Jato, no Brasil. Também o Aeroporto Filipe Jacinto Nyusi, com um custo de 60 milhões de dólares, financiados por dívidas que ainda precisam ser pagas.


Recentemente, numa tentativa de SALVAR a LAM, o Estado alienou 91% das ações para empresas estatais como a CFM, HCM e Emose. Foi nomeado o experiente João Carlos Pô, que trabalhou por 20 anos nos EUA, mas não teve autonomia para aplicar suas competências, pois enfrentou forte infiltração político-partidária. Ele foi comparado a um “boxeador com as mãos atadas” em um ring que nada pode fazer.


A empresa Fly Africa, sul-africana, denunciou uma série de irregularidades dentro da LAM: casas adquiridas com dinheiro desviado, POS sem rastreio, o caso da Bottle Store, UMA BABILÔNIA CONSTRUÍDA DENTRO DA LAM, um verdadeiro retrato de DESGOVERNO. Também veio à tona uma dívida da FRELIMO no valor de 22 milhões de dólares com a LAM, que precisa ser esclarecida.


Ethiopian Airlines


Venâncio aponta a Ethiopian Airlines como um exemplo de gestão estatal eficiente. Apesar de também ser controlada pelo Estado, a interferência política é mínima. A companhia etíope opera com base em metas claras, gestão profissional, contratações técnicas e tem se tornado uma referência em África.( Eu gostaria que Moçambique se inspirasse neste modelo).


PROPOSTA DO PRESIDENTE DO POVO


Como proposta concreta, ele sugere que o Estado encerre a LAM e assuma a dívida atual da companhia, estimada em 200 milhões de dólares. Segundo ele, a IATA já se dirige ao Governo e não mais à LAM como entidade independente. Grande parte da dívida inclui atrasos em pagamentos a hotéis, leasing de aviões como o Boeing 777 (com capacidade para 300 passageiros e 40 toneladas de carga, mas que voava sem carga nenhuma) e despesas herdadas de decisões desastrosas, como a compra do Boeing 777 feita por Magala, hoje assessor na presidência, um exemplo de como os que mais LESAM o Estado acabam promovidos.


Venâncio termina lembrando que hoje Moçambique aluga aviões e pilotos ucranianos e russos, e o povo questionando: “E se decidirem lutar por aqui?”, enquanto pilotos moçambicanos capacitados estão inativos, embora recebam salário.


ASSISTIR A LIVE É MAIS ESCLARECEDOR 

Transcrição : Tânia Mar 🌊 

(Com base na live “VM7 Análises” de Venâncio Mondlane)

Moçambique, 2025

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